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Tibet no Século XX
O status do Tibet seguido da expulsão das tropas manchus não é assunto para sérias discussões. Quaisquer laços que existiam entre o Dalai Lama e os imperadores manchus da dinastia Qing foram extinguidos com a queda daquele império e dinastia.
Entre 1911 e 1950, o Tibet conseguiu conseguiu evitar influência exterior indevida com sucesso e se comportou, em todos os aspectos, como um Estado inteiramente independente.
Os chineses estabeleceram uma guerra de fronteira enquanto formalmente clamando para o Tibet se juntar à república chinesa, e proclamando para todo o mundo que o Tibet já era uma das “5 raças” da China.
Como lembrado pela delegação britânica, o Tibet entrou na conferência como “nação independente sem reconhecimento de aliança com a China”.
A conferência não obteve sucesso e não resolveu a diferença entre China e Tibet. Mas foi significante para reafirmação das relações anglo-tibetanas com a conclusão de comércio bilateral e acordo sobre fronteiras.
Numa declaração conjunta, Reino Unido e Tibet decidiram não reconhecer a suserania chinesa ou algum outro direito especial sobre o Tibet se a China na ratificasse a convenção de Simla que garantia ao Tibet maiores fronteiras, integridade territorial e autonomia plena.
A China nunca ratificou esse convenção, deixando os termos da declaração conjunta em total vigor.
O Tibet conduzia suas relações internacionais primeiramente com missões diplomáticas do Reino Unido, China, Nepal e Butão em Lhassa e também através de delegações do governo em viagens internacionais.
Quando a Índia se tornou independente, a missão diplomática britânica foi substituída por uma indiana. Durante a Segunda Guerra Mundial, o Tibet se manteve neutro, mesmo com pressões dos EUA, Reino Unido e China para liberação de passagem de matéria-prima pelo seu território.
O seus status internacional de fato não era diferente como era, diríamos, o do Nepal.
Tanto que quando o Nepal se inscreveu para as Nações Unidas, citou seu tratado e relações diplomáticas com o Tibet para demonstrar sua identidade internacional plena.
Depois de derrotarem o pequeno exército tibetano e ocuparem metade do país, a governo chinês impôs o tão conhecido “Acordo de 17 Pontos para a Liberação Pacífica do Tibet” sobre o governo tibetano em maio de 1951.
Por ter sido assinado sob coação, o acordo não tem validade sob o ponto de vista do direito internacional.
A presença de 40.000 tropas no Tibet, a ameaça de ocupação imediata de Lhasa e a perspectiva de destruição total do Estado tibetano deixaram os tibetanos com poucas opções.
Em 1959, um levante popular culminou em protestos massivos em Lhasa. Pela época que a China conseguiu acabar com o levante, 87.000 tibetanos tinham sido mortos só na região de Lhasa, e o Dalai Lama transferiu-se para Índia, de onde ele lidera hoje o Governo-em-exílio, em Dharamsala.
Em 1963, o Dalai Lama promulgou a constituição para um Tibet democrático. Foi implementada com sucesso até onde foi conseguiu se extender, pelo Governo-em-exílio.
1,2 milhão de tibetanos perderam suas vidas [mais de um-sexto da população] como resultado da invasão chinesa.
Mas a nova geração de tibetanos aparenta tão determinada a retomar a independência do país quanto a geração mais antiga.
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